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TEXTOS das COMUNICAÇÕES
Os textos completos irão ser publicados em :
Ornelas, M. & Saldanha, A. ( 2014). Atas do 2º. Congresso da Rede
IberoAmericana de educação artística / 26º Encontro Nacional
da Associação de Professores de Expressão e Comunicação Visual . Porto: APECV. ISBN: 978-989-96384-6-4.
Workshop com
OS TEXTOS DO CONGRESSO PRESENCIAL PODEM SER CONSULTADOS AQUI
OS TEXTOS DO CONGRESSO VIRTUAL PODEM SER CONSULTADOS AQUI
Posters/Exposições e Workshops
INTERPREDUCART in 820f
Manuel Miguéns Pérez/ Ana Miguens/Ivan Laxe
Performance coletiva BF
Colectivo Tuia de Artíficios
No nordeste do Brasil o “boi”é uma dança que envolve o teatro popular, de rua, com personagens humanos e animais fantásticos, e gira em torno de uma lenda sobre a morte e ressurreição de um boi.
Esta festa tem ligações com o que aprendemos com as diversas tradições: africanas, indígenas e europeias. A essência dessa manifestação cultural popular envolve a sátira, a comédia, a tragédia e o drama e demonstra sempre o contraste entre a fragilidade do humano e a força do animal, o boi. Ambos representam o povo nordestino e sua maneira alegre de vivenciar os percalços da vida. As tradições populares do nordeste do Brasil e de Portugal revelam muito mais encontros que podemos imaginar. As máscaras, os caretos, os chocalhos, as rendas e os bordados, a comida, as cores, as festas, a religiosidade, o São João... são retalhos de uma mesma colcha ancestral. Querendo costurar estes retalhos de ancestralidade popular que nos unem nasceu o “Boi Fuleiro”, das mentes, mãos e corações de várias pessoas ligadas ao dia a dia da APECV (Associação de Professores de Expressão e Comunicação Visual). Construir este boi além de revelar a força de um ideal e trabalho coletivo, evidencia o desejo de aglutinar pessoas sensíveis às artes, ao seu redor. Através da evocação dessa brincadeira popular pretendemos apresentar o boi como “objeto/sujeito” da mediação entre participantes de eventos que tenham como foco os processos criativos, convidando-os a interagirem festivamente com nosso boi. Para isso, contamos com a participação de pessoas que gostem de espontaneidade e improvisação.
O “Boi Fuleiro” é símbolo de resistência da arte popular diante da imposição dos grandes espetáculos visuais e dos modelos culturais impostos pela mídia.
Esta festa tem ligações com o que aprendemos com as diversas tradições: africanas, indígenas e europeias. A essência dessa manifestação cultural popular envolve a sátira, a comédia, a tragédia e o drama e demonstra sempre o contraste entre a fragilidade do humano e a força do animal, o boi. Ambos representam o povo nordestino e sua maneira alegre de vivenciar os percalços da vida. As tradições populares do nordeste do Brasil e de Portugal revelam muito mais encontros que podemos imaginar. As máscaras, os caretos, os chocalhos, as rendas e os bordados, a comida, as cores, as festas, a religiosidade, o São João... são retalhos de uma mesma colcha ancestral. Querendo costurar estes retalhos de ancestralidade popular que nos unem nasceu o “Boi Fuleiro”, das mentes, mãos e corações de várias pessoas ligadas ao dia a dia da APECV (Associação de Professores de Expressão e Comunicação Visual). Construir este boi além de revelar a força de um ideal e trabalho coletivo, evidencia o desejo de aglutinar pessoas sensíveis às artes, ao seu redor. Através da evocação dessa brincadeira popular pretendemos apresentar o boi como “objeto/sujeito” da mediação entre participantes de eventos que tenham como foco os processos criativos, convidando-os a interagirem festivamente com nosso boi. Para isso, contamos com a participação de pessoas que gostem de espontaneidade e improvisação.
O “Boi Fuleiro” é símbolo de resistência da arte popular diante da imposição dos grandes espetáculos visuais e dos modelos culturais impostos pela mídia.
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Deriva número três
Teresa Torres de Eça, Ângela Saldanha e Pilar Perez
Domingo, 01 de Junho DE 2014.
Domingo, 01 de Junho DE 2014.
A proposta da nossa ação situa-se num enquadramento teórico de ativismo na arte e na educação. Dentro deste âmbito reconhecemos as nossas identidades de professoras artistas que exploram situações quotidianas para pensar modelos educativos não lineares onde a imaginação, a emoção e a coletividade são os eixos basilares de uma aprendizagem com o outro. Este tipo de ação propõe um percurso aberto ao desconhecido para explorar os cinco sentidos , a audição, a visão , o tato , o olfato e o paladar. As sensações dos participantes podem ser registadas por tecnologias de registo oral, escrito , visual ou multimédia , os registos dos participantes poderão servir para elaborar um mapa ou registo coletivo do percurso.Com a ideia da deriva podemos trabalhar a possibilidade de uma errância arquetetipica. Uma escuta interna-externa a través dos arquétipos e das imagens simbólicas do ambiente . A atividade ajuda a centrar-se e a encontra-se . O percurso , a errância, o estar atento a si e aos que nos rodeia é um ato de construção e de transformação . A cadência do movimento, a cadência do passo são processos , que iniciam um alerta como alteridade. Ao estar atento ao som , a cada som em particular , acordamos os sentidos que normalmente são esquecidos ; ao olhar, ver, observar cada detalhe da paisagem, cada cambiante de luz, cada pormenor de sombra e de forma facilitamos o despertar de todos os sentidos, começamos a pensar também com o corpo , com a brisa, com os cheiros . Imagens , sons, fragrâncias e movimentos acordam em nós um sentido do tempo diferente que evoca memórias, associações e sentimentos. Somos , na plena consciência do verbo ser . Estamos na plenitude do verbo estar , e nesse ser e estar construimos a nossa história da cidade, da paisagem. Somos parte desse percurso, somos parte dessa cidade na medida em que criamos mapas sentidos no espaço que percorremos. Através de memórias, evocações, partilhamos as estórias que em última instância materializam uma cartografia coletiva em um tempo e um espaço particular.
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LA CAJA” DEL PRACTICUM: UNA MIRADA HACIA EL INTERIOR
María José Ramos Estévez
Vivimos en un mundo en el que las prisas y el estrés lo inundan todo. No hay tiempo para mirar a nuestro alrededor, para sentarnos a pensar, para mirar en nuestro interior y descubrir cómo nos estamos formando como personas o yendo un poco más allá como profesionales del ámbito en el que ejercemos nuestro trabajo.
En esta ocasión, nos detenemos en el mundo de la enseñanza y en el de la formación inicial del profesorado. En este ámbito, el Practicum es un espacio de formación que deja huella por el tránsito de saberes que él se genera y por las emociones que emergen en un corto periodo de tiempo, pero que aunque corto es muy significativo para los futuros docentes.
En esta comunicación presentamos la experiencia llevada a cabo con los estudiantes del cuarto curso del Grado de Maestro en Educación Primaria (mención de Educación Especial) del C.E.U. Cardenal Spínola CEU (centro adscrito a la Universidad de Sevilla). Una experiencia que se fundamenta en Brunner (1997) quien nos dice que a través de las narraciones construimos nuestra historia o “una versión de nuestra historia”. Al fin y cabo en narrar al igual que pintar implica pensar y en nuestro caso mirar en nuestro interior, pero también mirar lo que nos rodea.
Invitamos a nuestros alumnos a que creen unos contenedores (Callejón y Granados, 2009) en el que recoger esas huellas que el Practicum les va dejando y que seguirán con ellos a lo largo de su vida. Son contenedores/cajas que se crean al iniciar ese momento tan especial y para ese momento. Las cajas las van llenando de cosas (objetos, fotos,…) que les ayudan a pensar en su Practicum y a la vez a enriquecerlo. Son recuerdos de esos días Prácticum seleccionados por ser significativos por algún motivo, por reflejar un momento o alguna situación, cosas que representen la situación vivida. Así, a través de las cajas, el estudiante relata un pequeño periodo de su historia (las seis semanas que duran las prácticas de enseñanza).
En las cajas los estudiantes introducen todo aquello que les ayude a recordar todo lo que han sentido, los momentos más significativos que como decíamos les han dejado huellas, pues representan inclusive las dificultades vividas y cómo las superamos o intentamos superarlas. En pocas palabras, todo lo que han aprendido que les lleva a mejorar y que lleva consigo una reflexión y un camino hacia el cambio.
En las cajas no solo guardan los objetos, tanto incluyen un texto en el que explican por qué han elegido ese objeto y qué significado tiene para ellos, qué te ha aportado. Al fin y al cabo, una reflexión que les lleva a la mejora.
Una vez finalizado el proceso individual los estudiantes comparten el contenido de sus cajas, por tanto de sus historias de vida, con sus compañeros enriqueciéndose mutuamente a través de un aprendizaje dialógico (Flecha, 1999).
Esta experiencia es una muestra más de la importancia del Arte en la formación de las personas y de los beneficios que se derivan de la utilización de Arte en la formación de los futuros maestros, por todo aquello que posteriormente repercutirá en la sociedad.
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Do Desenho ao Designare
Flávia Maria de Brito Pedrosa Vasconcelos
Esta exposição busca demonstrar questões e desenhos que foram sendo constituídos na investigação em andamento no Doutorado em Educação Artística da Universidade do Porto – UPORTO. Por meio do uso de uma Investigação Educativa Baseada nas Artes Visuais (Viadel, 2005: 260) com uso de Narrativa (Bruner, 1991), Autoetnografia (Chang, 2008) e A/r/tografia (Irwin, 2004), repenso o desenho e o ensino do desenho entre pontes epistemológicas e experienciais na formação artística de professores de Artes Visuais no Brasil e em Portugal, da década de 1990 aos dias atuais. Os desenhos partem de um regesto (Agamben, 2007) das imagens mentais e traduzem momentos e entendimentos que construí no diálogo com estudos de literatura especializada no desenho e no ensino do desenho (Bismark, 2005), refletindo e analisando as plataformas e territórios do desenho como processo de interpretação das lentes acerca de uma realidade, de re-apresentação em uma prática artístico/educativa. Os desenhos expostos são, por isso, narrativas visuais, partes de pontes que tenho necessidade de relacionar na elaboração dos contextos de um Designare (Baldinucci, 1681) além do desenho, os quais discuto e confronto com as narrativas escritas da tese.
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enREDADAS
Angeles Saura
Se presenta una exposición que resume un proyecto de investigación, artístico y docente, desarrollado con cientos de profesores y profesoras de enseñanzas artísticas del mundo puestos en contacto a través de la Red E@ (www.arteweb.ning.com). Mediante el diálogo intercultural, se han provocado procesos de aprendizaje informal y autodidacta y desarrollado estrategias para la visibilidad mundial del trabajo del profesorado de artes (en su mayoría procedentes del ámbito iberoamericano). El detonante para la organización del Proyecto Exposiciones enREDadas nacido en 2013, fue el deseo de celebrar en mayo la Semana de la Educación Artística (UNESCO). Durante 2014 desarrollamos su segunda edición. La exposición presentada en el encuentro XXVI APECV y II RIAEA, reúne 25 carteles de las exposiciones enREDadas celebradas en 24 ciudades de los siguientes países: Argentina, Australia, Brasil, Chile, Colombia, España, Ecuador, Italia, Portugal, Sahara, Uruguay y Venezuela. Cada cartel ha de entenderse como la punta de un iceberg, cuya profundidad y complejidad solo podemos imaginar.
Con el Proyecto 24 Exposiciones enREDadas 2014 se han desarrollado estrategias que proponían hacer uso de los procedimientos artísticos no sólo como herramienta pedagógica sino como espoleta de una toma de postura comprometida y responsable con la realidad social, dada la necesidad de la formación continua y actualización permanente de todo el profesorado y muy especialmente de enseñanzas artísticas; para el desarrollo de su competencia cultural y artística para lo que resultó imprescindible y simultáneo el desarrollo de su competencia en el uso de las tecnologías de la información y comunicación. La información completa sobre el proyecto ha quedado recopilada en formato blog, en un espacio con un título homónimo. Es de acceso público y se entra al mismo desde la siguiente dirección: http://exposicionesenredadas.blogspot.com.es/.
En la Universidad Autónoma de Madrid se viene trabajando a través de las redes sociales desde hace tiempo, investigando sobre la relación entre educación, arte y las nuevas tecnologías. Desde el grupo de investigación UAM: PR-007 ( Recursos digitales para la enseñanza artística), indagamos sobre las ventajas que aportan las herramientas 2.0. Se formó un equipo de trabajo de 24 voluntarios artistas docentes, de diferentes universidades, que respondieron al reto de comprometerse, sin ánimo de lucro, a montar una exposición en su respectiva ciudad, en una sala de exposiciones vinculada a su universidad y siempre que fuera posible, organizarla en dos formatos: virtual ( a través de internet) y real (en una sala de exposiciones).
Se ha tendido un puente entre la realidad natural física y la virtual; los artistas-docentes que han participado, han desarrollado múltiples competencias profesionales hablando de arte, recursos, tecnología y emociones; desarrollando y/ o participando en un proyecto artístico ciertamente complejo. La comunicación audiovisual, esencial para su desarrollo, ha sido posible usando las múltiples herramientas que brinda el entorno 2.0.
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Workshop Dança com Papel , Sábado 30 de Junho com Celeste Encarnação
sexta feira, 20.30
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Imagens da docência: Histórias de vida e a improvisação.
Workshop com
Alessandra Ancona de Faria
Este workshop tem a intenção de investigar as imagens sobre o significado da profissão docente para estudantes e professores em exercício. Proponho uma reflexão sobre a escolha docente que se dê por intermédio da criação pela cena teatral, partindo da narrativa sobre as histórias de vida e da improvisação sobre as mesmas. A possibilidade de falar sobre suas experiências permite ao aluno/professor dar sentido ao vivido, percebendo aspectos que constituíram sua imagem docente.
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Diário Gráfico
Workshop com Eduardo Salavisa
“Um
mau exemplo: intervenções em rede”
Performance
com Dori Nigro e Paulo Emilio (Coletivo Tuia de Artifícios)
“Um
mau exemplo” são propostas de ações performáticas que tem como
elemento criativo condutor uma rede (cama de balanço), artesanato
típico indígena brasileiro que de forma geral serve para dormir,
descansar, balançar-se, espreguiçar-se, que em algumas regiões
assumiu a função de “liteira” e ainda de suporte para se levar
e enterrar os mortos. A rede está diretamente associada aos seus
criadores índios, considerados erroneamente “preguiçosos” por
serem difíceis de adestrar pelos colonizadores, assim eram tidos
como “um mau exemplo”. Ao tirarmos a rede do espaço íntimo da
casa e trazermos para os espaços públicos, espaço sagrado de
(nossas) performances, propomos um debate sobre o que é e não “um
mau exemplo” para as pessoas e as instituições sociais. A rede é
também uma espécie de teia ou conjunto entrelaçado de fios que
formam uma trama e pode servir como objeto de caça e pesca; como
suporte para alguns tipos de desporto (futebol, voleibol etc.); como
material de segurança na construção civil, etc. Com o passar do
tempo, assumiu também outros significados no campo das comunicações
sociais através de seus vários veículos. Aqui, queremos relembrar
a atitude de nossos ancestrais, que integrados à natureza
respeitavam o tempo oportuno “Kairós” em contraposição ao
signo da colonização, que em nome da “civilização e progresso”,
desligados da “grande mãe”, eram regidos pelo tempo linear
“Chronos”. Orientados pelo “mau exemplo” de nossos
antepassados tupiniquins, apresentamos uma proposta de intervenção
coletiva, que objetiva interagir com as pessoas e suas memórias,
usando a rede como objeto mediador, convidando-as a “pararem” e
refletirem sobre seus passos. Nossa rede foi tecida por artesãos
populares descendestes de índios do Nordeste do Brasil e foi
explorada afetivamente e criativamente por uma família do Ceará;
viajou a Cabo Verde, acolhendo impressões e lembranças de jovens
africanos estudantes de artes; e aqui pretende mostrar as marcas
dessas gentes, fazendo o caminho oposto dos povos desbravadores dos
mares. Armando-a, em espaço público, a rede também se dispõe a
receber outros registos, daqueles que desejam ser acalentados por
seu balanço, dividindo connosco alguma memória, deixando um registo escrito e/ou imagético em seu tecido.
EVOCAÇÔES
Neste ano perdemos três grandes personalidades que gostaríamos de recordar noa abertura deste congresso : Elliot Eisner; Cecília Menano e Rui Mário Gonçalves.
Cecília
Menano
Cecília
Menano criou
a Escolinha
de Arte em
Portugal em 1949. A sua irreverência face ao pré estabelecido em
educação, a forma como contornou e venceu adversidades dos
contextos da época, a determinação que a levou a procurar a
verdade da criança "sã e doente, rica e pobre", as
equipas que a rodearam, em especial o trabalho permanente com João
dos Santos, levaram a que a sua experiência ultrapassasse fronteiras
e fosse considerada como uma das pioneiras no mundo da “Educação
através da Arte”.
Para
Cecília não
há educação sem amor
e o seu propósito pedagógico é baseado na relação privilegiada
entre educador e educando. Para isso criou os seus “do e
don't” :
Não há mais de quinze crianças que possam ser grupo. Não há
limites para a expressão livre da criança. Não há réguas nem
borrachas pois imaginar é resolver. Oferecem-se à criança as
técnicas do artista e do artesão assim como os melhores materiais
para desenhar, pintar, esculpir, gravar. As expressões artísticas
interligam-se passando da mímica
ao drama, à poesia ou à pintura.
Leu
Herbert Read e chorou. Visitou
na Suiça as "Maisons des Petits" do Instituto Jean -
Jacques Rousseau;
percorreu
as ruas de Marrocos para observar atentamente os desenhos das
crianças de
rua feitos
com paus na terra ;
foi
até aos Estados Unidos visitar escolas e conhecer experiências
novas;
visitou
o Brasil, dando e recebendo formação nas Escolinhas de Arte de
Augusto Rodrigues,
que
cá também visitou o seu Atelier.
Em Portugal trabalhou com equipas médicas e pedagógicas nos mais
diversos domínios, com crianças em estado terminal em Santa Maria,
com crianças perturbadas no Júlio de Matos, com crianças amblíopes
e cegas na Fundação Sain. Desta última experiência
nasce a patente
que criou da técnica de gravura em alto relevo (baseada no método
Braille, que se pôs a estudar) e que mais tarde a levaria a Sèvres,
em 1975, a representar Portugal no Congresso da Unesco.
Para divulgar o novo lugar de
liberdade da criança portuguesa organizou dezenas de Exposições em
cujos Catálogos se podem ler conceitos pedagógicos de uma espantosa
atualidade.
Cecília Menano transmitiu o
seu legado: Foi professora, pedagoga do entrelaçar. Uma professora
brilhante na Escola Superior de Educação pela Arte do Conservatório
Nacional de Lisboa, que marcou gerações de professores e educadores
pela arte.
O seu vanguardismo e ideais
pedagógicos necessitam maior divulgação e apreço. Será esse o
nosso tributo.
Saudades de quem tanto é.
Maria João Craveiro Lopes
(apenas
para situar um dos tributos: tese de doutº “Pioneiras da Educação
pela Arte: Enfoques Biográficos sobre Alice Gomes, Cecília Menano e
Maria Manuela Valsassina” – Univ. de Évora, aguarda defesa)
ELLIOT EISNER NA
ARTE-EDUCAÇÃO GLOBAL E EM PORTUGAL
Elisabete
Oliveira
(CIEBA-FBAUL. Portugal). ’14.05.30
Elliot Eisner viveu de 10.03. ’33, em família
de Judeus Russos emigrada em Chicago, até à morte de Parkinson
a 10.01.’14. Com gratidão e saudade
recordo o primeiro encontro com esse meu Professor, na sua Sabática
e minha Pós-Graduação no Instituto de Educação da Universidade
de Londres, ‘79-80. Este contacto permitiu, em ’80, termos o
privilégio de uma formação de 50 professores e inspectores na FCG
- Lisboa, com o Ministério da Educação, por Eisner, em que o
assisti. Desde a Conferência Mundial de Investigação INSEA,
Roterdão ’81, comparticipámos Conferências de Arte-Educação
pelo mundo, ele - Presidente INSEA (’88-’91) e eu - Conselheira
Mundial (‘88-’97): Valorizava os contextos em que intervinha, em
empático diálogo, por exº, na 1ª Conferência de Investigação
Africana INSEA, Lagos-Nigéria ’88, ao formar para a investigação
ali enraizada em vez de difundir investigação externa. E conversava
com profundo empenho de valorizar o arte-educador, chegando a
disponibilizar artigos seus actualizantes. Em Portugal, foi ainda
crucial no reconhecimento da APECV como a Associação
Representativa, pós-APEA; na aceitação do 3º Congresso Europeu
INSEA para Lisboa (‘94); e convite a Portugal (três
especialistas), à Conferência Internacional de Artes-Educação
para o 3º Milénio,
NY, ’99.
A foto de Pablo Scagliola espelha o seu rigor
científico; e gosto de brincar, com profundo vislumbre. Numa noite
cultural nigeriana, Eisner foi chamado ao palco, em peúgas;
aspergiram-no com sangue de galo e declararam-no imortal: Agora
noutra dimensão, consumou a imortalidade, pela dádiva de centenas
de artigos e 15 livros estruturantes de Arte-Educação, desde
Educating Artistic Vision
(’72): cuja visão curricular triangular, com as dimensões
produtiva, critica e cultural, fundamentou as abordagens da Cultura
Visual, e triangulares,
como a de Ana Mae Barbosa ou a nossa. Defendeu um processo artístico
da Educação, sendo o aluno a educar-SE e atendendo aos currículos
expresso, oculto e nulo; da Avaliação Formativa, enunciando os
Objectivos Expressivos; da Investigação qualitativa, podendo uma
novela ser defendida como tese. Presidiu ainda às Associações
Profissionais - NAEA, AERA e John Dewey Society -; e recebeu
numerosos Prémios de Professor de Arte e Educação na Stanford
University e mundiais e nacionais de carreira.
Em palavras suas (nossa entrevista de ’08-’10,
em Livro de ’10): Eu quero reter
conjuntamente a generalidade do campo e a sua contribuição para
outras áreas da vida e, ao mesmo tempo, reconhecer o que especifica
ou unicamente pertence ao campo da arte-educação.
(Refere: The Enlightened Eye)
(…) A energia que tenho alimenta-se na
alegria e prazer em dirimir com ideias com as quais venho lutando
durante uma vida de trabalho de investigação.
(…) Sugeriria aos arte-educadores…
Criem uma consciência na vossa vida entre o que está firmado na
terra e ao mesmo tempo atinge bem alto, acima do chão para explorar
as possibilidades que as artes tornam possíveis nas vidas daqueles
que nelas, se empenham e se embrenham na sua realização.
Elisabete Oliveira
Rui
Mário Gonçalves
Deixou-nos,
no passado dia 2 de Maio, o crítico de arte, membro da AICA,
conferencista, ensaísta e professor, doutor Rui Mário Gonçalves,
sócio honorário da APECV.
De
formação científica, literária, filosófica e estética, fez
parte da geração da crítica de arte mais interventiva, sendo
pioneiro em temas que suscitaram polémicas ideológicas e políticas.
A
sua extraordinária capacidade de ver e analisar as artes plásticas
elegeu, como particular preferência, o Surrealismo e o
Abstraccionismo.
Humanista
e ouvinte atento, Rui Mário Gonçalves era um exímio contador de
histórias, cheias de humor, relacionadas com a Arte e a Vida. A sua
atitude dialogante promovia o confronto de ideias, que o ajudavam a
consolidar intuições.
Deixou-nos
obra escrita e publicada, que incide sobre os principais artistas e
poetas da arte portuguesa e internacional, cujo estudo em
profundidade não teve, infelizmente, tempo para continuar com a
grande dedicação que o caracterizava.
Fica-nos
o seu exemplo de honestidade intelectual, para reunir e publicar o
que deixou inédito, com a atenção que merece.
A
memória de Rui Mário Gonçalves ficará na História da Cultura
Portuguesa como personalidade única, marcante e de primordial
referência no âmbito da História e Crítica de Arte, Psicologia,
Sociologia e Literatura. Obrigada, Rui Mário!
Dalila
D'Alte Rodrigues
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