quinta-feira, 15 de maio de 2014

AnELos da Ecologia Humana: conhecimento biossensível para pensar a criação de ambientes éticos, estéticos e ecológicos

AUTOR:

Rosana Gonçalves da Silva - Secretaria de Educação do Distrito Federal.

CO-AUTORA: 

Vera Lessa Catalão - Pós-graduação da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília.

RESUMO:

O artigo apresenta uma reflexão sobre a ecologia humana como uma contribuição concreta e articuladora da educação ambiental em uma escola pública de Brasília, como parte de uma pesquisa de doutorado em desenvolvimento na Universidade de Brasília – UnB, durante o período de 2012 a 2015.  A intenção é pensar a ecologia humana como tradução do respeito à diversidade natural/cultural que sustenta a vida e, ao mesmo tempo, se compõe em ambiente biossensível educativo. Ao encorajar uma visão biossensível estaremos cooperando com as pessoas a se tornarem mais conscientes e entenderem melhor a importância da biodiversidade, os processos naturais e os serviços de ecossistema proporcionados a todos os seres vivos, as necessidades de outras espécies e animais individuais e as condições ambientais para uma vida saudável. Há nessa relação o princípio da reciprocidade, a base da sustentabilidade da vida. Esta relação do humano com os valores e a vida desvela que ciência buscamos no diálogo arte/educação/ecologia e formação. Também, uma ciência que articule uma educação criativa e insurgente em seus diversos ambientes educativos. A pesquisa trabalha com a noção de sustentabilidade como ações e atitudes que permitam que todos os seres coexistam, coevoluam e mantenham a biodiversidade. A compreensão de que todo ser humano deveria se encontrar e comungar com todas as formas de vida nos traz a dinâmica de uma vivencia ética, vitalmente social, econômica, natural e cultural, uma vez que precisamos criar novas metodologias em ciências humanas. É necessário perguntar-se, considerando todos os fenômenos mercadológicos e de massificação cultural nas sociedades urbano-industriais contemporâneas, se realmente existe uma estética, ou algum tipo de expressão artística, com poder redentor (será que existiu antes, no mundo clássico e medieval?). Essa é uma questão no mínimo interessante para o propósito de AnElos. A dimensão da estética como um fator de transformação do ser humano e a possibilidade de ação da arte como um instrumento político e educacional. As relações entre linguagem poética, estética e natureza surgem como anelamento para pensar a natureza como inspiração da consciência que reúne o si e o para-si . E, a partir de tal relação ampliar para a relação poética/natureza/cultura. Pois, o intelecto e o sentimento são funções importantes da percepção como o salto do transcendental para o ontológico, para a significação do ontológico para a experiência estética, a qual encontra-se no poético, na natureza. Conciliar a função de contemplação e ir além desta, para pensar também a produção. Assim, o texto traz a reflexão que suscita questões fundamentais para a compreensão de uma gama diversificada de problemas relativos a estética e sua relação com  a poética, a arte, a educação, a sociedade e a realidade. Agregar ethos, poiésis e aisthesis para articular maneiras de fazer arte/educação e educação ambiental, sobretudo, pensar as formas de visibilidade dessas maneiras e suas relações com a formação humana.

REFERÊNCIAS:
  • Amaral, M. V. N. (2010), Os instantes-já da Abordagem Triangular na Arte/Educação. In A Abordagem triangular no ensino das artes e culturas visuais/ Ana Mae Barbosa, Fernanda Pereira da Cunha (orgs). – São Paulo: Cortez.
  • Ardoino, J. A complexidade. (2001), In A Religação dos Saberes; o desafio do século XXI / jornadas temáticas idealizadas e dirigidas por Edgar Morin; tradução e notas, Flávia Nascimento. Rio de Janeiro: Bertram Brasil.
  • Barbosa. Ana Mae Tavares Bastos (2009), A imagem do ensino da arte: anos oitenta e novos tempos. 7. Ed. ver. - São Paulo: Perspectiva.
  • Barbosa. Ana Mae Tavares Bastos (1998), Tópicos Utópicos/ Ana Mae Barbosa. Belo Horizonte: C/ARTE.
  • Capra, Fritjof. (2005), As Conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável. São Paulo: Cultrix.
  • Catalão, Vera. M. L. (2009), Desenvolvimento sustentável e Educação Ambiental no Brasil in Desenvolvimento, Justiça e Meio Ambiente. Pádua, José Augusto (org). Belo Horizonte : UFMG, São Paulo: Peirópolis, p. 242-269.
  • Duarte JR., João Francisco (2004), O sentido dos sentidos: a educação (do) sensível. Curitiba, Paraná: Criar Edições.
  • Dufrenne, Mikel. (1972) Estética e Filosofia. Editora Perspectiva S.A, São Paulo.
  • Freire, P. (1992), Pedagogia da Esperança. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
  • Gadotti, M. (2000). Pedagogia da Terra. São Paulo: Peirópolis.
  • Gadotti, M. (2008), Educar para a sustentabilidade: uma contribuição à Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável. Série Unifreire – vol. 2. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire. 
  • Gutiérrez, Cruz Prado e Francisco (2002), Ecopedagogia e Cidadania Planetária. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire.

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